terça-feira, 8 de novembro de 2011

Perdas...

Perdas...

Primeiro: não queremos perder

É lógico não querer perder

Não deveríamos ter de perder nada:
nem saúde,

Nem afetos,

Nem pessoas amadas.

Mas a realidade é outra:

Experimentamos uma constante alternância de ganhos e perdas.

Segundo: perder dou mesmo.

Não há como não sofrer.

É tolice dizer não sofra,

Não chore.

A dor é importante.

O luto também.

Terceiro: precisamos de recursos internos para enfrentar a tragédia e a dor.

A força decisiva terá que vir de nós,

De onde foi depositada a nossa bagagem.

Lidar com a perda vai depender do que encontramos ali.

A tragédia faz emergir forças inimagináveis em algumas pessoas.

Por mais devorador que seja,

O mesmo sofrimento que derruba faz voltar a crescer.

Quando é hora de sofrer não temos de pedir licença para sentir,

E esgotar a dor.

O luto é necessário,

Ou a dor ficará soterrada,

Seu fogo queimando nossas últimas reservas de vitalidade

e fechando todas as saídas.

Aprendi que a melhor homenagem que posso fazer a quem se foi

É viver como ele gostaria que eu vivesse:

Bem,

Integralmente,

Saudavelmente.

Com alegrias possíveis

E até projetos impossíveis.

Texto de Lya Luft

Disponível em http://pensador.uol.com.br/autor/lya_luft/

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