
Alice: Quanto tempo dura o eterno?
Coelho: As vezes apenas um segundo.
(Alice no País das Maravilhas)
Imagem do Game American Mcgee's Alice
Perdas...
Primeiro: não queremos perder
É lógico não querer perder
Não deveríamos ter de perder nada:
nem saúde,
Nem afetos,
Nem pessoas amadas.
Mas a realidade é outra:
Experimentamos uma constante alternância de ganhos e perdas.
Segundo: perder dou mesmo.
Não há como não sofrer.
É tolice dizer não sofra,
Não chore.
A dor é importante.
O luto também.
Terceiro: precisamos de recursos internos para enfrentar a tragédia e a dor.
A força decisiva terá que vir de nós,
De onde foi depositada a nossa bagagem.
Lidar com a perda vai depender do que encontramos ali.
A tragédia faz emergir forças inimagináveis em algumas pessoas.
Por mais devorador que seja,
O mesmo sofrimento que derruba faz voltar a crescer.
Quando é hora de sofrer não temos de pedir licença para sentir,
E esgotar a dor.
O luto é necessário,
Ou a dor ficará soterrada,
Seu fogo queimando nossas últimas reservas de vitalidade
e fechando todas as saídas.
Aprendi que a melhor homenagem que posso fazer a quem se foi
É viver como ele gostaria que eu vivesse:
Bem,
Integralmente,
Saudavelmente.
Com alegrias possíveis
E até projetos impossíveis.
Texto de Lya Luft
Disponível em http://pensador.uol.com.br/autor/lya_luft/